Grécia volta a espalhar nervosismo e Ibovespa cai 2%


Nesta terça-feira, provocando uma alta do custo de proteção contra calote de dívida europeia, tanto soberana quanto corporativa.
O principal foco de tensão vem da Grécia. Cresce o temor de que país venha a anunciar um calote de sua dívida ou até uma eventual saída da zona do euro, em um momento de instabilidade política, depois da pulverização dos votos dos gregos nas eleições do domingo --nas quais os dois principais partidos do país perderam espaço para siglas mais extremistas do espectro político.
Como consequência, as bolsas internacionais e a brasileira operam no vermelho, com fortes perdas. E o dólar volta a ganhar terreno em relação às principais moedas, inclusive o real. Já os juros futuros negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) registram alta em um claro movimento de correção, após dias seguidos de forte queda das taxas.
Por volta de 11h31, o Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), operava em queda de 2%, aos 59.996 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,48 bilhão.
Para analistas, o índice continua num canal de baixa, iniciado em meados de março. Considerando as ações mais líquidas da Bovespa, as chamadas blue chips, OGX ON recua 3,79%, para R$ 13,45; Petrobras PN tem perda de 2,67%, para R$ 20,03; e Vale PNA cai 2,13%, para R$ 39,53.

CÂMBIO E JUROS
O dólar se mantém em alta ante o real, captando o clima de maior aversão a risco no exterior. "O mercado tem operado muito de olho lá fora. A confiança está deteriorada, ainda mais agora com os resultados das eleições na França e na Grécia", afirmou o gerente da mesa de derivativos de uma corretora em São Paulo, que pediu para não ser identificado.
"O cara prefere tomar dólar, nem que seja para vender depois e realizar algum lucro", disse, acrescentando que esse cenário deve se manter enquanto não houver uma melhora consistente no plano internacional. O dólar comercial subia 0,93%, para R$ 1,939 na venda, renovando máximas do dia. Na BM&F, o dólar futuro para junho também ganhava 0,93%, a R$ 1,948.
Já no mercado de juros futuros na BM&F, depois de dias seguidos de queda forte, as taxas fazem uma pausa e operam ligeiramente acima dos níveis do ajuste da última sessão. Embora a inclinação do mercado continue em sintonia com a clara disposição do governo em reduzir os juros, é preciso que surjam notícias que sustentem a continuidade da queda das taxas.
Nesta manhã, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 projetava 8,31%, ante 8,24% na segunda-feira. DI janeiro/2013 subia de 7,92% para 7,94%. DI janeiro/2017 operava com taxa de 9,54%, ante 9,41%.

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