Cinco áreas da internet que você deve dominar

Você já deve estar cansado de ouvir que precisa investir mais em internet. Pode parecer só mais uma sarna para se coçar, em meio a tantas coisas para fazer no dia a dia do seu negócio, mas acredite: não dá mais para adiar. Para um empreendedor, internet hoje em dia é como imposto. Você pode até não pagar uma Darf que não vai acontecer nada amanhã. Não é como luz ou telefone, que são implacavelmente cortados. Não vai aparecer no dia seguinte nenhum cobrador ou oficial de justiça, e o seu nome também não vai ser protestado em cartório no mês que vem. Mas lá na frente, o preço a pagar poderá ser devastador para a sua empresa.




“Estar presente na internet não é mais opcional”, garante o gerente de marketing para pequenas e médias empresas da Microsoft, Maurício Ferreira. Na quinta reportagem da série Soluções de Sucesso, ele aborda com exclusividade para o Empreendedores as áreas essenciais da internet em que todo e qualquer dono de uma pequena empresa precisa atuar. Por isso, leia os cinco itens a seguir e confira se você está no caminho certo.

Um site, é claro

Ter um site é o primeiro passo. Muitas pequenas empresas já têm. O problema é que frequentemente esses sites não passam de um cartão de visitas na tela do computador, que não atrai o interesse de ninguém. Afinal, quem entra em um site apenas para ler “quem somos”? Isso acontece porque geralmente o empresário se sente apenas na obrigação de dizer que está na Web, tenta economizar e pede ajuda para aquele sobrinho que “manja muito de computador” fazer o site. Esse tempo acabou. É preciso ser profissional e oferecer conteúdo para que a visita ao site valha a pena tanto quanto entrar na sua loja. Quanto mais tempo ele ficar, mais chances de ele comprar.


“Hoje em dia, muitas pessoas podem até não fazer uma aquisição pela internet, mas todos a procuram antes de tomar a decisão”, explica Ferreira. Fazer um site profissional, no entanto, não quer dizer que ele deva ser complexo, cheio de efeitos especiais. “Seja simples, porém eficiente”, aconselha o especialista da Microsoft. Ele afirma que quanto mais complicado a ferramenta, mais difícil atualizar o site e mais dependente o empreendedor fica de um técnico. “Às vezes, pode demorar dias ou semanas para mudar o preço de um produto ou fazer uma promoção, porque o empresário não consegue fazer sozinho”, exemplifica Ferreira.

Loja virtual

Que é cada vez maior o número de brasileiros que fazem suas compras pela internet, todo empreendedor já sabe. Mas por que, então, apenas 20% das transações online são geradas por micro e pequenas empresas? Afinal, elas representam 98% de todas as companhias do país e respondem por mais da metade dos empregos formais. Algo não bate nessa conta. Um dos motivos parece ser a percepção de que o custo de uma loja virtual e a complexidade técnica de algo tão novo afugentam os empreendedores. De fato, isso é verdade. Só que esse é um caminho que não tem mais volta. Se você não planejar e investir nisso, vai ser como aquela Darf não paga.

Ferreira tem um ótimo argumento. “Na internet, sua loja tem o tamanho do monitor do seu cliente”, diz ele. “E ela é tão grande quanto a de uma multinacional.” Segundo ele, isso confere ao pequeno negócio condições de igualdade com a concorrência, pois nela cabem o mesmo número de consumidores. “Se você é bom no que faz e quer ampliar sua empresa, a plataforma online é o jeito mais eficiente”, diz ele. “E com apenas uma loja a mais.” Ferreira afirma, porém, que é preciso tomar cuidado com dois pontos essenciais. A primeira é a segurança. É absolutamente imprescindível certificar-se de que seu sistema garanta a segurança da transação, para você e para o consumidor. A segunda é logística. De nada adianta fazer uma venda se o produto não chega ou atrasa demais. “Pior do que cobrar o frete do consumidor, é não entregar”, alerta Ferreira. “Por isso, um bom parceiro logístico é fundamental.”

O boca-a-boca das mídias sociais

Se a sua loja é virtual, em que rua ela fica? Bem, rua em internetês é http. O que vem depois é seu endereço. Mas onde quer que seu comércio eletrônico esteja instalado, sua rua cruza ou é paralela das Avenidas Facebook, Twitter, Messenger, Orkut e está perto da nova Praça Google+. É por essas vias que seus clientes passam todos os dias. Sim, é outro mundo. Nelas cabem centenas de milhões de pessoas. E, ao mesmo tempo, tem o tamanho da tela do seu computador.

Deu para entender por que você tem que usar as chamadas redes sociais? É o mais poderoso boca-a-boca que já existiu. “Essas ferramentas integram as pessoas e fazem com que elas sejam os maiores divulgadores do seu serviço ou produto”, afirma Ferreira. Segundo ele, antes o marketing estava nas mãos do empresário. Hoje quem faz é o consumidor. “Você pode ter 20 mil seguidores no Twitter, mas um deles pode ter 100 mil”, diz ele, exemplificando o efeito-dominó que a opinião de um cliente pode gerar. É incontrolável e infinito. Ferreira recomenda, porém, não começar com todas as mídias sociais ao mesmo tempo, e ir aprendendo a tirar proveito delas aos poucos.
Você sabe o que é SEO?

Se você nunca ouviu falar dessas três letrinhas, não fique chateado. Você não está sozinho. Em português claro, essa sigla em inglês representa a técnica de como fazer um site aparecer com mais destaque nas ferramentas de busca, como o Google. E isso é mais um trabalho para você. Muitos empreendedores se queixam de que fizeram tudo direitinho: um site simples e eficiente, um comércio eletrônico seguro e pontual, e muitas horas nas mídias sociais. Mesmo assim, o número de acessos ao seu site é menor do que esperava. Por quê?

Porque, de cada quatro acessos a qualquer site brasileiro, em média três deles vêm de ferramentas de busca. Ou seja, sua empresa na internet pode ser muito boa, mas você poderia aumentar muito mais o número de cliques no seu site se sua empresa aparecesse na primeira página das pesquisas que as pessoas fazem. Afinal, se você mal passa da primeira página quando faz uma pesquisa, por que seu cliente faria? Por isso, sua empresa tem que aparecer na frente das outras.


E isso se faz com SEO, algo que você pode fazer sozinho, fuçando em ferramentas como o Google Analytics, mas pode contratar empresas especializadas, como a Mint ou a Gabbay. Você vai aprender que não se escreve em um site o que se gostaria, mas o que as pessoas estão digitando ao fazer suas buscas. Nesse aspecto, o cliente sempre tem razão. Por isso, agradeça aquele sobrinho que “manja muito de computador”, dê um presente para ele, esqueça sua opinião e escreva o que o seu cliente está procurando.


Computação na nuvem
Tudo que você leu até agora estava direcionado a como cativar clientes. Mas a internet não é – e nunca foi – só para isso. Quanto mais rápidas ficam as conexões, mais lógico se torna usá-la para tudo. Assim, nasceram naturalmente os serviços online. Não tem coisa melhor que receber um e-mail no trabalho e respondê-lo em casa ou em uma viagem sem precisar levar o computador? É o que se faz há anos com o Hotmail ou com o Gmail, e nunca ninguém se dá conta, tão natural e confortável que é.

O mesmo se faz hoje em dia com todo o resto, e serviços online ou computação na nuvem são sinônimos. Em vez de comprar programas (ou pirateá-los, que é uma prática contumaz no Brasil), é possível alugá-los online. “É mais difícil para pequenas empresas investir em softwares, mas há soluções a partir de 10 dólares por mês, e algumas são grátis”, diz Ferreira.

Nada fica instalado no seu computador, e tudo funciona desde que haja uma conexão com a internet. “Estamos em uma fase de desburocratização de tecnologia”, afirma ele, que cita a própria Microsoft como geradora de vários serviços de gestão de relacionamento com o cliente, o chamado CRM ou de segurança e gerenciamento do computador. Você pode até ter uma intranet assim, que pode ser acessada de qualquer lugar, o que pode e vai fazer de sua fábrica, escritório ou loja um lugar mais lucrativo, seguro e inovador.

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