Amizade é bom ou ruim no trabalho?

Ter amigos no trabalho, incluindo por vezes superiores hierárquicos, é um fator positivo ou negativo para a carreira?
Assunto polêmico que muitos preferem evitar, o fato é que as relações de amizade, em diversos graus de intensidade, afloram no ambiente de trabalho

Como responsável por Recursos Humanos por muitos anos, sempre tive uma posição muita clara a respeito: ter amigos no trabalho é positivo e pode ajudar na carreira. Não estou falando de relações de interesse, mas de amizade que pressupõe fraternidade, transparência, admiração e, sobretudo, apoio e troca produtiva de ideias.


Sempre procurei cultivar amigos entre os que estavam a mim subordinados, ou entre meus superiores hierárquicos. Com amigos no ambiente de trabalho, o clima se torna mais agradável e produtivo. Minha experiência sempre foi mais positiva do que negativa ao me cercar de profissionais competentes a quem eu podia chamar de amigos.



Mas é bom ficar atento às armadilhas. Veja algumas observações que podem ajudar a entender essas relações dentro do ambiente de trabalho.



Amizade pressupõe respeito mútuo e a separação entre assuntos particulares e profissionais;

Somos capazes de usar nossa intuição e percepção para separar os amigos dos “interessados” em suas idéias ou vantagens oferecidas pelo seu cargo, caso tenha um nível capaz de influenciar nas decisões;

Cultivar amigos leais independe do status que as pessoas ocupam na organização;

Nas horas difíceis, e mesmo no sucesso, você acaba por ter bem claro os que lhe devotam respeito e amizade dos que estão por perto para tirar algum proveito;

Empresa não é família. É bom ter amigos no trabalho, mas também não é necessário só trabalhar com amigos;

Amizade não anda de braços dados com paternalismo ou protecionismo. Se você é realmente amigo, não indicaria algum para uma posição caso a pessoa não tivesse competência para a função;

Não aposte que seus amigos vão “empurrar” sua carreira;

Um momento crítico é quando dos amigos disputam a mesma vaga e apenas um pode ser escolhido. A batalha que define a sensação de ganhador e perdedor pode ferir a amizade. É preciso tempo para curar feridas;

Acontece muito desconforto quando alguém migra da equipe para um cargo de liderança. É difícil separar o papel de amigo da função de liderar, orientar e avaliar;

Amigos são os que vão falar a verdade, orientá-lo de forma transparente, ajudá-lo nas horas difíceis e, sobretudo, transmitir confiança na hora de assumir riscos;

Evite as chamadas “panelas”, que são os grupos fechados e intransponíveis, quase uma fortaleza contra interesses externos. Pessoas que se juntam para dominar e, principalmente, excluir os que eles possam julgar competidores não praticam a amizade, mas um foco de problema para qualquer empresa;

Esta é clássica: não resolva seus problemas familiares no trabalho e não leve trabalho para casa. Mas nunca deixe de ser você mesmo em qualquer ambiente.
Fonte:http://colunas.epocanegocios.globo.com/carreira/- acessado em 27/07/2011

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